O ESQUADRÃO DE CRÍTICOS SUICIDAS
Desta vez, vou ser breve. Porque esse assunto é repetido e vai continuar sendo repetido por um bom tempo.
Esquadrão Suicida fez sua estréia nas telonas envolto em polêmica. O fato que a DC tem uma obrigação imaginária, criada pelos fãs e por alguns críticos, de copiar a receita Marvel. Ledo engano abiguinhos.
Com a crítica excessiva e a divisão de opiniões de Batman Vs Superman, atingindo principalmente onde mais dói na Warner/DC (as bilheterias) visto que o longa não passou a casa de um bilhão de arrecadação, um culpado teria que ser encontrado, e este foi o clima sombrio. Sem pestanejar, a Warner resolveu mudar o tom de Esquadrão Suicida enquanto ainda estava em produção, adicionando mais cores (quase um ataque epilético de cores) e mais comédia ao longa.
Dirigido por David Ayer, o mesmo de Corações de Ferro, Tempos de Violência, Os Reis da Rua, entre outros filmes PESADOS E SOMBRIOS, já era de se esperar que boa parte da conteúdo fosse desperdiçado, o que inclusive, gerou refilmagens.
Produzido por Zack Snyder e Deborah Snyder (ALGUÉM DISSE SOMBRIO?), o longa tinha o desafio de apresentar uma equipe parcialmente desconhecida do grande público. Serviço este que foi 50% feito por um trabalho de marketing fenomenal da Warner/DC.
Eis que o resultado foi um filme colorido, interessante, com muita ação e uma comédia mediana. Algumas excelentes atuações, afinal, um elenco que conta com ganhadores de prêmios como Viola Davis (Amanda Waller), Will Smith (Pistoleiro), Jared Leto (Coringa), Joel Kinnaman (Rick Flag) e Margot Robie (Arlequina), além de Cara Delevingne (Magia), Jai Courtney (Capitão Bumerangue) e o restante da patota.
Recheado de easter eggs que não poderiam faltar, ótimos efeitos especiais, um 3D que funciona, algo que eu não via há um bom tempo no cinema, além de uma trilha sonora á prova de chatos. Então, onde está o problema? Por que a crítica caiu de pau?
PORQUE AGORA TODO FILME TEM QUE SER VENCEDOR DE OSCAR.
Isso mesmo. Um filme não pode ser apenas pipoca e divertido. Tem que ser denso, dramático, digno de um Oscar. Sinceramente, tenho até preguiça de discutir esse assunto.
A Arlequina de Margot Robie é a verdadeira imagem do filme. Cores, piadas de certa forma leves, ação descompromissada. Uma das melhores coisas do filme, que não envolve a dramaticidade de uma personagem que na verdade é abusada e violentada por um psicopata sádico ao ponto de perder a lucidez. Nada disso! Só queremos ver ela fazendo alguma piada e acertando alguém com a marreta.
A questão é que se trata de um filme editado para ser leve (porque realmente não ia ser) e nem por isso o torna ruim, longe disso. Já digo aqui que Esquadrão Suicida é sim um filme bom. Mas depende das suas expectativas e ânimo. Se pretende ir assistir esperando algo parecido com O Cavaleiro das Trevas do todo-poderoso Nolan, você provavelmente não assistiu nenhum dos últimos dez trailers do filme (que diga-se de passagem, entregam tudo).
O maior exemplo da leveza que o filme tomou (ou foi editado como tal) é o Coringa Leto.
Depois da saraivada de informações sobre Leto e seus rituais para entrar na pele do palhaço rei do crime, muita gente ficou com a expectativa (olha ela aí de novo) lá em cima. Eu não.
Longe de pensar que seria um Coringa ruim (e não é), imaginei que seria um Coringa ainda raso, pois não é um filme dele ou do Batman. Com um estilo diferente, ainda mais caricato. Ponto para mim. Acertei em cheio.
Impossível não comparar com Heath Ledger, pois acho que qualquer Coringa que EXISTA, vai ser comparado com o mito. Mas, na verdade, falamos de um mesmo personagem com leituras muito diferentes. Obviamente a de Ledger me agrada muito mais, mas também ainda não era a que eu esperava ver em live action. O verdadeiro Coringa dos quadrinhos ainda não deu as caras no cinema e Leto junto com seus ratos mortos, está longe de ser um personagem marcante. Mas definitivamente vai conquistar um espaço no universo cinematográfico da DC e com o tempo, pode se tornar em algo mais palatável para o público. Vamos dar uma chance para ele.
Em resumo, mantenho minha dica de sempre. Não leia criticas antes de assistir um filme, a não ser que você possua um opinião própria muito forte. Esquadrão Suicida peca por não ser um filme melhor, o que poderia ser facilmente, se tivesse seguido a receita inicial ao qual estava proposto. Entretanto, é um filme divertido para aqueles que não se comprometem demais, um daqueles para assistir tranquilamente com os amigos e família, sem maiores pretensões ou olhares detalhados em roteiro e atuação. Famoso filme pipoca. Se ainda não assistiu, vá pela diversão, pois vale a pena.
NOTA:
3 DE 5 EXPLOSIVOS NO PESCOÇO!
Vale ressaltar que ele possui cena pós-crédito (tão leve quanto o filme) e alguns easter eggs bem interessantes. Uma possível continuação deve acontecer (apesar de não ter qualquer indício disso no filme) e definitivamente, é um filme que pode ser assistido isoladamente dos demais filmes vindouros da DC.
