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QUASE GUERRA CIVIL. QUASE.


Calma, não se assuste com a chamada. Já começo dizendo que este é um dos melhores filmes da Marvel nos cinemas. Já já explico.

Capitão América: Guerra Civil, gerou um hype enorme desde seu anúncio. Escolha o motivo. Ser a continuação do espetacular Capitão América: Soldado Invernal, ter a direção dos irmãos Anthony e Joe Russo, combates alucinantes entre os personagens, reunir uma quantidade de heróis que lhe rendeu o apelido de vingadores 2.5, apresentar no *MCU Pantera Negra e Homem-Aranha, ser uma adaptação de umas das melhores hq's da Marvel....e é?

Pois bem. Quase todas as expectativas foram atendidas e até, ultrapassadas. O filme entrega boa ação, humor e drama na medida certa e faz algo que (vamos ter que comparar inevitavelmente) Batman v Superman não conseguiu fazer bem: apresentar novos personagens no universo Marvel dos cinemas, com facilidade e simplicidade, envolvendo eles na trama sem parecer algo apressado ou jogado.

Sem dar spoilers, na trama, os Vingadores já estão estabelecidos exatamente como no final de A Era de Ultron com apoio de Tony Stark, que não está mais na ativa (de novo). Conforme mostrado nos trailers, um evento envolvendo os Vingadores vira o estopim para que o governo queira de alguma forma, catalogar e controlar todos os "aprimorados", pessoas (ou não, né Visão?) com poderes e/ou habilidades especiais.

O único ponto fraco de T'Challa é passar a mão nas costas. Gato. Vocês sabem o que acontece...

Vimos também nos trailers a presença marcante de T'Challa, o Pantera Negra (Chadwick Boseman). O regente de Wakanda é pouco conhecido do público em geral, mas bem conhecido pelos amantes das hq's da Marvel, podendo ser considerado o Batman da casa das idéias (mais até que o Cavaleiro da Lua, na minha opinião). Eis que como um gato (há!), ele rouba a cena. Ótimas cenas de luta e uma boa construção do personagem que tem um tom bem mais sério que seus companheiros de tela.

Chadwick é um ator relativamente desconhecido, com muitas pontas em séries e alguns papéis em outros filmes que não atingiram o grande público (acreditem, ele já viveu até James Brown nos cinemas). Espere então, interpretações dele dando 200% de si. Por quê? Pelo simples fato deste papel ser o papel da vida para ele! A Marvel pode lançar ele ao estrelato de vez, e como não é bobo nem nada, vai aproveitar essa chance. Veremos de novo o gato guerreiro (outra piada de gato?) em 15 de fevereiro de 2018, no filme solo do Pantera Negra.

No geral, ele terá uma grande importância no universo Marvel, visto inclusive o final de Guerra Civil e uma importante tarefa que ele assume em uma das cenas pós-crédito.

Sim, estes "olhinhos" do aranha tem uma mãozinha do titio Stark!

Outra destaque é o falado amigo da vizinhança, o Homem-Aranha! Em mais um reboot e com uma virada de mesa histórica, a Marvel fez uma parceria com a Sony (após o fiasco que foi a Ameaça de Electro) e trouxe o aranha, desta vez vivido por Tom Holland (que rouba a cena em O Impossível) para viver um herói inexperiente, cômico e mais falador que o tiozinho do carro da pamonha.

Ele, que liderou os trending topics por um bom tempo, com uma simples aparição nos trailers arrancando o escudo do Capitão América com uma facilidade absurda, mostra porque um personagem tão icônico deve ser tratado com mais carinho pelos roteiristas e diretores. Em pouco tempo de cena (e mais uma cena pós crédito), sem precisar recontar sua origem (pelo menos por enquanto), o spider deixa até os outros personagens boquiabertos, que sá o público.

Os fãs do aracnídeo favorito de Nova York já estão contando os minutos para vê-lo novamente em 6 de Julho de 2017, no longa Spider-Man Homecoming. O nome já fala por si só, sendo uma grande comemoração do cabeça de teia de volta para casa (Marvel, nós te amamos). Em Guerra Civil, Tony Stark é o catalisador (e porque não dizer, mentor) de Peter Parker e sua contraparte lançadora de teias e veremos ele novamente em Homecoming, talvez apenas como um cameo, talvez com um papel mais importante na vida de Peter. É aguardar para ver.

Ponto também para a Tia May (Marisa Tomei) mais gata dos cinemas. Até o Tony Stark reparou nisso!

Rapaz, essa Tia May deve dar mais trabalho que a Mary Jane!

E o Soldado Invernal?

Pra variar, arrebenta.

A trama pende para o lado do amigo do Capitão América em boa parte da película, mas desta vez, ele está em boa parte no filme no comando das próprias ações. BOA PARTE.

O Soldado novamente arrasta seu passado de cria da Hydra, mostrando o peso que suas ações, mesmo que involuntárias, tem na vida dos personagens, em especial de Tony Stark. Sebastian Stan se encaixa muito bem no personagem, mas pode ter uma cena pós-créditos que vai deixar os fãs do ator e do personagem um pouco preocupados.

Todos os demais personagens estão um pouco equilibrados em tempo de tela, com exceção é claro do Capitão e do Homem de Ferro que ocupam a maior parte do filme, afinal, a trama principal é o embate entre eles e a forma que lideram as equipes.

O grande destaque de Guerra Civil é mais do que um personagem, mas sim, o entrosamento entre eles.

Temos cenas de combate onde sempre um inicia a ação para que outro finalize. Pegue aquela cena dos trailers em que o Capitão e o Soldado Invernal revesam o escudo para dar um pau no Homem de Ferro. Multiplique por todos os personagens. Pronto, agora estamos vendo como uma equipe deveria lutar (e lutam muito bem).

Devido ao excesso de CG, algumas cenas de combate tem um tom mais artificial, o quê ameniza o impacto visual de batidas, explosões, etc. Nada que tire a emoção ou comprometa a beleza da cena. O 3D, mais uma vez, é dispensável, visto que não trás nenhum diferencial.

Aproveitando o ensejo, vamos falar de algo que não incomoda, mas faz falta. Trilha sonora.

Em Vingadores, lembro claramente da trilha empolgando e destacando alguns momento cruciais na batalha de Nova York. Em Soldado Invernal a mesma coisa. Já em Guerra Civil, onde a trilha deveria brilhar, afinal estamos falando de combates épicos, ela segue apagada. Não é possível ouvir nenhum destaque claramente e tampouco, uma marcação.

Marcação? É Gado, é?

Não. Marcação é aquele diferencial que destaca um personagem, um evento, ou outra cena marcante no filme. Pegue por exemplo o soco do Hulk naquela nave/criatura Chitauri (meu segredo é que eu sempre estou com raiva). É marcante a trilha dos Vingadores crescendo no momento daquele soco, trazendo mais emoção ao público. Lembro de ouvir incontáveis C*RALHOOOOOOW no cinema durante aquela cena. Acredite, a trilha faz essa diferença junto com visualização da cena.

Agora então, vamos á polêmica. Guerra Civil é o melhor filme da Marvel até o momento? É de fato uma boa adaptação da fantástica história dos quadrinhos? Não, não e não (dei um não a mais de brinde).

Guerra Civil é UM DOS MELHORES filmes da Marvel, mas conforme muitas críticas exaltaram por aí, não, não é o melhor.

No calor da emoção (e do hype), Tenho certeza que muita gente ainda está se empolgando muito ao falar do longa, mas o fato é que ele, na minha humilde opinião, não ultrapassa nem o primeiro filme dos Vingadores, tampouco o fantástico Soldado Invernal. Mas e o que faltou para chegar lá?

Além da falta de uma trilha sonora de destaque, os fãs mais assíduos dos quadrinhos podem se decepcionar um pouco, afinal, o filme apenas empresta o nome da famosa saga dos quadrinhos. Nada de batalhas grandiosas, nada que cause realmente um grande impacto na história dos personagens e nada de fan service para valer. Há algumas (poucas) cenas extraídas diretamente dos quadrinhos, mas estou falando de algo maior: a história em si.

Mas e isso faz diferença?

Só para os fãs mais vidrados nas hq's, mas faz. Muitos fãs esperavam um pouco mais de Guerra Civil dos quadrinhos, pelo marco que foi. Não que os filmes anteriores tenham sido mais fiéis aos quadrinhos, mas a expectativa neste era diferente. E este é um dos maiores motivos para o filme não ser de fato, o melhor da Marvel.

Mais do que fan service, Guerra Civil das hq's tem uma história com um impacto profundo na Marvel, que inclusive reverbera até hoje. Algo que seria precioso para o MCU. Fica então provavelmente para Vingadores: Guerra Infinita (que inclusive não terá mais esse nome), a dura missão de trazer uma história única que tenha impacto nos próximos cinco ou dez anos do MCU.

Um bom vilão faz falta também. E como faz.

Daniel Brühl vivendo outro nazista? Pior que não...

Zemo (que não é barão), vivido pelo ótimo Daniel Brühl, é um militar (que não é da Hydra), com um plano inteligente, mas meio what?

De novo. Usaram o nome, mas não a história e as referências. Um desperdício de um ótimo vilão e de um ótimo ator. Mas, como nada está perdido, sempre à tempo para redenção. A mesma que esperamos do VERDADEIRO Mandarim de HF3.

Ossos Cruzados (Frank Grillo) tem uma grande importância e uma pequena participação na trama. Mas de novo, talvez pudesse ser aproveitado com maior intensidade junto á Zemo. De novo, nada que atrapalhe.

Zemo é sim o vilão da trama, mas acaba meio apagado pelas disputas entre Tony Stark e Steve Rogers. E é justamente aí, entre os dois, que o filme manda muito bem.

O nosso bom e velho Tony Stark!

RDJ é incansável. Alguém que vive o mesmo personagem à tanto tempo, deveria não mais se divertir no papel, afinal, são oito anos de Iron Man. Oito anos entre cameos e papéis principais. Mais do que dinheiro, Robert realmente gosta do que faz e faz muito bem. As piadas, trejeitos, caras e bocas, estão todos lá.

Tony Stark está menos Iron e mais Man, com problemas coma patroa não muito detalhados, mas que em duas frases, nos fazem entender o porque o amor com Pepper Pots não estaria no auge. Basta relembrar promessas que foram feitas em HF3 e logo em seguida, quebradas em Era de Ultron.

Não bastasse isso, Tony continua somando traumas e uma consciência cada vez mais pesada pelos seus atos, além do fato da armadura perseguir e fazer parte dele mais do que o simbionte fazia com o Homem-Aranha de preto. Um fardo, do qual Tony por mais que tente, não consegue mais se livrar. Em meio ás piadas, agora vez ou outra surgem caras genuínas de preocupação e medo. E prepare-se, pois as revelações da vida de Tony vão te deixar boquiaberto. Em poucas cenas, mesmo que todo o conceito defendido por Stark e seu grupo não seja de todo o melhor, você, em defesa dele vai gritar: #teamiron!

Team Iron e seus uniformes bacanudos. Nem te falo do Homem-Aranha

Falando em Team Iron, Visão (Paul "parece mesmo um robô" Bettany), Viúva Negra (Scarlett "tchutchuca" Johansson) e Máquina de Combate (Don "tô ficando foda" Cheadle), acabam um pouco apagados pelo Homem-Aranha e pelo Pantera Negra, mas todos tem sua importância na trama.

Do outro lado, Steve deixa de ser cada vez mais Rogers, para tornar-se cada vez mais Capitão América. Um líder determinado, leal e acima de tudo, com o objetivo mais heroico possível: erradicar o mal e defender os inocentes. Parece piegas, mas é exatamente esta a rotina dos novos Vingadores liderados por Steve. União, força, lealdade. Este é o mantra da equipe, capaz de transformar a transtornada Wanda (Elizabeth Olsen, cada vez mais linda) de Era de Ultron na heroína Feiticeira Escarlate. Ela que também, tem um papel fundamental na trama.

Gavião Arqueiro (Jeremy "sem fazenda desta vez" Renner), Falcão (Anthony "aprendi uns paranauê" Mackie), Homem-Formiga (Paul "muito fã do cap" Rudd), também brigam para manter seu tempo em tela bem aproveitado, missão esta, executada com sucesso, exceto apenas pelo Gavião Arqueiro. Sim, Jeremy Renner vai acabar reclamando de novo e eu sou obrigado a concordar com ele.

Team Cap é de longe, a equipe mais entrosada

O Cap tem seu passado já bem contado nos filmes anteriores. A questão deste filme é o peso do passado. O Capitão é um homem de outro tempo, e isso (e as pessoas que vem de lá) tem uma importância que ele leva E MUITO em consideração. O espectador acaba sendo sugado para esta realidade e entende, o porque de algumas ações de Steve e principalmente, o porque do seus posicionamento nas questões que o filme levanta. Uma mescla das escoteirisses do Cap, com sua história pessoal. A galera do #teamcap vai se identificar.

Para fechar:

Sim, o filme é divertido como só a Marvel sabe fazer. Sim, ele ocupa uma posição privilegiada não só no hall dos filmes da Marvel, mas também no geralzão de filmes de heróis. Apenas os olhos mais críticos (ou chatos como eu) vão reclamar da falta de fidelidade com as hq's ou dizer que notaram os primeiros sinais de cansaço na receita Marvel de fazer blockbusters, devido á insistência em utilizar sempre o mesmo tom nos filmes.

Mas esta é uma mudança que já pode acontecer com o próximo filme do MCU, Doutor Estranho, que aponta para um novo tipo de tom, tirando a casa das idéias da mesmice. Caso este ponto não tenha ficado claro, simplesmente imaginem a série da Netflix Demolidor nos cinemas. Pronto. Mesma Marvel, novo tom. Mudanças não são necessárias, mas variar sim. Mesmo que demore, um dia o público pode enjoar de algo imutável e isso não é o que nenhum fã deste fantástico universo quer. Vida longa (e muito público) aos filmes da Marvel!

Vale cada centavo do seu ingresso. Talvez não para duas ou três idas ao cinema, assim como aconteceu no primeiro Vingadores, mas definitivamente vale.

Traduzindo em nota:

4 de 5 pancadarias entre heróis!

Se ainda não correu para os cinemas, corra! Escolha seu time, compre sua pipoca e boa diversão! E se ainda tem alguma dúvida, olhe de novo os fantásticos trailers do longa aqui.

*MCU = Marvel Cinematic Universe ou Universo Cinematográfico Marvel

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