DEMOLIDOR – 2ª TEMPORADA. TÃO BOA QUE NÃO CONSEGUI VER MAIS NADA (MATT MURDOCK).
A primeira temporada do homem sem medo foi um marco da parceria Marvel/Netflix. Com ação, fidelidade ao início da carreira de vigilante apresentada por Frank Miller nos quadrinhos, um perfeito vilão, Rei do Crime, interpretado magnificamente por Vincent D'Onofrio, e ótima direção e produção, teve episódios memoráveis. Outros um pouco mais lentos quebravam o ritmo, por isso não foi uma temporada perfeita. O season finale que o diga. Esperava mais do embate Wilson Fisk V.S. Demolidor. Mas como eu disse, no geral, foi muito boa.
Mas a segunda...ah, a segunda....
ZONA DE SPOILERS! DE LEVE, COMO OS MOVIMENTOS DOS NINJAS DO TENTÁCULO, MAS TÃO MORTAL QUANTO!
O VILÃO QUE SOBROU NA PRIMEIRA TEMPORADA, FALTOU AQUI.
Vamos começar pela parte mais fraca então.
Ficou evidente nesta temporada a falta de um clímax, gerado por um embate com um inimigo á altura. Nobu, o ninja imortal (ei, Nobu, vai...) interpretado por Peter Shinkoda, um ator “ok” com papéis pequenos em blockbusters como Godzilla e Eu, Robô, obviamente foi uma escolha errada. Não pelo ator em si, mais pelo roteiro. Fiquei mais feliz quando ele foi derrotado em definitivo pelo Stick (interpretação top de Scott Gleen), pelo fato de saber QUE ESSE PÉ NO SACO NÃO VAI MAIS VOLTAR!
A parte fraca era só essa. Mesmo. O resto é só alegria.
UM JUSTICEIRO QUE FARIA RICK GRIMES MIJAR NAS CALÇAS. HÁ!
Jon Bernthal vai perder o posto de “o eterno Shane de The Walking Dead”. Dá até para esquecer que aquele cara era o melhor amigo do mundo.
Com um figurino impecável, o Justiceiro Bernthal ficou de uma forma simplista, bem parecido com o Justiceiro das hq’s. Mas a personalidade foi realmente o ponto forte neste “espelho”. Violento. Mortal. Querendo vingança e punição para os culpados da morte de sua família e blá, blá, blá... Nós só queríamos que ele arrebentasse a cara do máximo de bandidos possíveis. E ele o fez.
Destaque para a cena da prisão (e todo aquele episódio que foi foda). A cena em plano sequência da primeira temporada (a do corredor), foi repetida pelo vigilante chifrudo (eita) nesta temporada, só que desta vez em uma escada. A cena do Justiceiro na prisão ganhou fácil. Frank Castle está mais que garantido no universo compartilhado Marvel. Inclusive, pelos crescentes rumores, observe atentamente no Capitão América: Guerra Civil, uma possível aparição ou citação do Justiceiro Bernthal. Dizem até que ele pode ter uma importância na trama. Vamos aguardar.
E falando em cenas da prisão, vale citar que um minuto de tela do Rei do Crime na segunda temporada vale mais que o Nobu na temporada inteira. Ele brincando de ioiô com a cabeça do Matt Murdock foi memorável.
E A ELEKTRA?
A ninja madafaka foi apresentada sem cerimônias. Na minha humilde opinião, faltou um mojo, um creme de la creme. Elodie Yung tem até uma semelhança (no rosto) com a Elektra Natchios dos quadrinhos, mas não foi sensualizada a quinta potência, como acontece naquela mídia safadenha. Aqui eles foram mais modestos.
Antes que me atirem pedras, a questão não é sensualizar ou não sensualizar, Sr. Hamlet. A questão é que a sensualidade e virilidade da Elektra fazem parte da personagem. Enfim, esta é a mesma discussão sobre a Gal Gadot, quando anunciada como mulher maravilha.
Mas isso não é problema, já que a sangria desatada rola solta. Tem sai (aquele garfo de churrasco que ela usa) enfiado no olho de alguém toda hora. E ela ainda vira depois de enfiado. Ai.
As motivações e boa parte da história (principalmente o final), giram em tono dela. Veremos muito de Elektra por aí ainda, aguardem.
RELACIONAMENTO
Vou ser breve. Foggy é bacana, Foggy é legal, mas já deveria ter percebido que trabalhar com alguém que faz dois turnos, não dá certo. E vai ter cirrose se continuar bebendo uísque batizado na Josie’s.
Valeu pela ligação com a Jessica Jones, através do novo emprego com a Trinity. Ou seria uma ligação com Matrix? Isso explica muita coisa...
A vampirinha preferida dos adolescentes, Deborah Ann Woll, nossa Karen Page, cresceu. E agora sabe o que nosso amigo vermelho faz á noite. Sério que ela acreditava que ele caia todo dia?
POR FIM...
As mudanças foram bem vindas. O ritmo melhorou muito. Definitivamente, é uma temporada superior á primeira, com ajustes providenciais que vão dos mais simples aos mais complexos. De uma mudança de máscara/capacete e bastão, mais parecidos com os dos quadrinhos, ao crescimento e desenvolvimento dos personagens. Só não do Nobu, que pode ir tomar no...
Senti um cheiro de “A Queda de Murdock” em uma próxima temporada. Quem já leu sentiu também. Quem não conhece, pode imaginar do que se trata. Um Wilson Fisk descobrindo a identidade secreta do homem sem medo e colocando um plano em prática para acabar com o vigilante chifrudo.
Cara. Como isso soa mal. Vigilante chifrudo. Por isso ninguém deu este apelido para ele.
Nota: 9 de 10 mortes causadas pelo Justiceiro que fizeram o demolidor ficar puto.
